terça-feira, 25 de janeiro de 2011

POEMA PROTESTO



Poema protesto:

Foto: Gibson Machado

Peito Esfumaçado

Queima, joga no meu peito
Joga, nada te impede...
A impunidade é tua amiga
A omissão é tua cumplice...

Vem, queima que já é comum
Ninguém mais se importa
Autoridades não moram aqui
Não vêem o nosso drama.

Queima que ninguém reclama
Isso não aconteceu, é fantasia
É criminoso? É proposital?
Não importa.

Também não importa minha saúde
Meu sossego então,...basta...
Queima, mas queima tudo de uma vez
Pra vê se mata, só assim alguém aparece.

Aparece pra apanhar as cinzas
Cinzas daquilo que chamam cidade
Cidade que vira pó(novamente)
A Cidade dos cinzas canaviais.
Ceagá

(Em homenagem as "lindas" queimadas que "alegram" os moradores da cidade dos verdes(ou seria cinza?) canaviais.

ALICE BRANDÃO

Gibson Machado, Alice Brandão, Pedro Simões
Coluna Viver
A artista plástica potiguar, radicada em São Paulo, Alice Brandão recebeu ontem, o anúncio de receberia da União Nacional dos Artistas Plásticos e a Ordem do Mérito das Artes Plásticas, a Medalha Mérito Artístico Cultural da UNAP (com sede em São Paulo capital). O prêmio será entregue no dia 13 de março deste ano, durante a solenidade de premiação dos artistas laureados no VI Salão Internacional da Mulher. Segundo o Comendador Quirino, a escolha de Alice é justificada por seu desempenho artístico cultural, acentuadamente reconhecido no campo das artes plásticas expoente cultural.
Alice Brandão é conhecida em São Paulo, como a Picassiana por ter feito uma releitura das obras do artista espanhol. Foram mais de 500 quadros, explorando a fase cubista de Picasso, um número pequeno na frente dos 15 mil quadros pintados por ela, ao longo de 43 anos dedicados às telas. Apesar do sucesso com a releitura da obra do espanhol, foram os retratos de pessoas e paisagens que prenderam a atenção da artista.
Alice Brandão mora atualmente na cidade de São Bernardo do Campo. No interior paulista, ela divide a casa com a família e pouco mais de 800 quadros, que vem acumulando nos últimos anos. A confecção de telas faz parte de sua vida desde a infância. A sua mãe era artista plástica e se dedicava às paisagens. Como na cidade de Ceará-Mirim não havia quem restaurasse santos ou fizesse pinturas em igrejas e capelas, Alice passou a realizar a tarefa. Aos 14 anos começou a pintar quadros e a atividade era feita com tanta paixão, que a artista calcula ter feito de 1 a 2 quadros por dia. Alice tem hoje 58 anos.
Em São Bernardo do Campo ela fez uma faculdade integrada, onde teve os primeiros contatos com a arte do ponto de vista teórico. O curso foi para garantir à pintora, a capacidade de falar ao público sobre o seu próprio trabalho. Com a exposição e o curso, Alice passou a se valorizar e o suas telas ganharam boa cotação no mercado das artes. Se em Natal a pintura de uma fisionomia rendia à artista, cerca de um salário mínimo, em São Paulo chegou a valer cerca de R$ 2.500,00.
A valorização se deu inclusive, pelas frequentes exposições. Uma em Portugal e várias em São Paulo. Sendo a do metrô, a mais significativa delas. Alice foi convidada para participar das comemorações do quadragésimo primeiro aniversário de funcionamento do metrô paulista e vários de seus quadros ganharam destaque nas paredes da estação da Sé, a mais movimentada de São Paulo. O trabalho de Alice pode ser conferido no site:
picasaweb.google.com/licinhabrandao21.

O MATA BORRÃO

O Mata-Borrão
Nesses meus sábados ou nesses meus domingos, imperceptíveis, quase, tal a atribulação do meu cotidiano, faço questão de aproveitar a emergência da inspiração e vou transbordando o coração assim, escrevendo. Há tempo para tudo, está escrito, também, para que a alma seja tomada pelas saudades ou pelas lembranças nostálgicas e tempo para que o espírito se encha de satisfação e plenitude. Como há momentos de quedas do humor e outros, de elevação desses sentimentos! Agora, com um computador novo, ganho de presente, da consorte – Com sorte, sempre! Graças a Deus! –, tenho condições diferenciadas para o meu processo, mais do que simples, de criar o texto, pois que ouvindo Josefina Aguiar e Henrique Annes, antecipando os grandes da música universal, Mozart e Tchaikovsky ou Beethoven e Chopin, vou sendo invadido por essa sensação de paz interior, com a sonoridade dos meus conterrâneos ou com os acordes do inteiramente clássico.
Ora, quem como eu fez uso da velha pena, que molhada no tinteiro a intervalos regulares permitia transferir para o papel o pensamento, é muito diferente sentar diante do monitor e observar as letras se juntando em abraços fraternais, formando palavras, as quais se reúnem nas frases e vão dando gosto ao período. Dantes, quando era menino e usava calças curtas, saía de casa para a escola com a minha caneta Compactor e o meu frasco de tinta, da marca Parker e de qualidade Azul Real Lavável! Mas, fiquei maior e na idade de rapaz cheguei, como todos os meus companheiros e não esqueceram os meus pais da lembrança que fazia crescer, também, no reconhecimento dos colegas, por isso me deram uma Parker 51, de cor azul, com a tampa dourada. Usei por anos a fio e tinha a satisfação de dizer a toda a gente que nunca escarrapichou. Há quem saiba mais que verbo é esse? Nem o computador aceita de bom grado a grafia.
E se tudo está mudado, mesmo, na pós-modernidade do tempo, a máquina de escrever desapareceu do habitual das coisas e só as delegacias de polícia resistem à antigüidade do velho equipamento. Era um sacrifício datilografar, diretamente, as minhas crônicas, nem, sempre agradáveis ao leitor, para quem transmito as minhas dores e os meus ardores, os meus amores, igualmente, muitas vezes de maneira tão enrustida, que só os de casa ou aqueles de meus convívios compreendem! Sempre usei os dedos todos das duas mãos em meus trabalhos, pois que na década de 1960, nos inícios desses doces anos, quase tirei o diploma de datilógrafo, para me garantir, dizia meu pai, e trabalhar no comércio, se preciso fosse! Se errasse, todavia, era um problema e a borracha de duas cores – azul e vermelha – entrava em cena, apagando o vocábulo e permitindo a nova escrita, mas ficava tudo borrado, sujo, verdadeiramente.
Um belo dia – já contei isso por aqui –, a minha mãe comunicou a todos, na hora do jantar, que tinha visto uma caneta nova, diferente, sobretudo, e trocando o nome, chamou de “Caneta Estereográfica”, cuja característica mais importante, explicou, em alto e bom tom, era a de não exigir o tinteiro e a de não esvaziar nunca, senão de uma vez só. Uma beleza! E de pronto, todo mundo no Recife adotou a invenção, com o efeito colateral de ter o bolso, quase sempre, completamente molhado pela tinta da novidade emergente. Eram rodas azuis na camisa de muitos pelas ruas, apontando o defeito dos começos, o vazamento comum desses apetrechos que chegavam. As marcas populares ganharam fama e ainda hoje a Bic anda por aí, mostrando a cor azul-escuro da tampa e o transparente do corpo. Rabisca o bom e o ruim, risca os discursos da elite e faz o jogo do bicho, aposta no carneiro e termina dando touro, converte ente e promove a descrença. É paradoxal, então!
E o mata-borrão? Há quem se lembre disso? Só os mais velhos. É que depois da frase escrita, havia a necessidade de secar a tinta, de enxugar os excessos e para tanto funcionava o então conhecido papel de natureza porosa, com o poder de sugar os excedentes da mancha gráfica daqueles antanhos. Eram promocionais, inclusive, porque veiculavam propagandas, de remédios, por exemplo. Estas, distribuídas aos médicos, como ao meu tio Hênio, de Campina Grande, faziam a mídia da época. E ele trazia em boa quantidade para nós outros, para o meu pai e para mim, para os meus irmãos e para a minha tia velha, que fazia de suas cartas a forma de resgate dos pretéritos perdidos em terras potiguares. Em casa havia uma peça de madeira bem cuidada, na qualse colocava o mata-borrão, propriamente, fixando-se fortemente e assim era possível usar de maneira mais ampla, no texto por inteiro, quase!
Tudo isso passou! O tempo mudou ou mudaram os homens? E agora, a máquina substitui a criatura, despreza a pena e aposenta a caneta, vai dispensando o papel e diminuindo as distâncias, dando ao penitente do hoje condições de acessar o mundo inteirinho, da baixaria à nobreza, da pornografia descuidada aos textos da ciência. E viva a pátria, o computador e os avanços! Mas, viva, sobretudo, o mata-borrão!
Texto do blog de Geraldo Pereira:
http/www.blogdogeraldopereira.blogspot.com

(*) - Um texto escrito há muitos anos atrás, lembrando peças de meu tempo de rapaz, relíquias hoje nas feiras de antiguidades. Este Blog é retransmitido pelo jornal virtual A Besta Fubana. O leitor comente essas linhas no espaço mesmo do Blog ou para pereira@elogica.com.br ou ainda pereira.gj@gmail.com

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CIRO JOSÉ TAVARES

Flavia Sobral e Ciro Tavares - primos de 3º grau
Ciro José Tavares da Silva, nascido em Natal, a 25 de agosto de 1940, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Recife em 1964. De 1964 a 1980 militou na imprensa, exerceu a advocacia e integrou os quadros funcionais da Esso Brasileira de Petróleo e da Siderúrgica Açonorte, ocupando funções Administrativas. Em 1981, estimulado por seus pais, abandona definitivamente tarefas vinculadas a empresas, viaja à Europa e na volta retoma sua profissão de advogado.
Iniciou-se efetivamente na literatura em 1987, publicando, a convite do jornalista Marcus Prado, dois poemas na coluna do jornal Diário de Pernambuco. Um ano depois, recebe o Prêmio Ladjane Bandeira de Poesia com o livro “Além da Rosa-dos-Ventos”, posteriormente selecionado pela UBE, RJ para o Prêmio Jorge Lima de Poesia. Contudo, sua publicação pela FUNDARPE, uma semana antes da premiação, levou o autor a retirar sua inscrição, porquanto a obra não mais correspondia ao espírito do certame, destinado a estreantes. Paralelamente, na mesma ocasião, seu “As Elpses de Phoenix” credenciara-se para o Prêmio Jorge Fernandes de Poesia, também da UBE-RJ.
A nível regional, recebeu, duas vezes, o Prêmio de Poesia Raymundo de Moraes, do Gremio Cultural Rubem Van Der Linden e da Academia de Letras de Garanhuns (PE). Integrou diversas antologias de poesias no Brasil e no Exterior. Publicou ainda Baladas e Moinhos, seu terceiro livro de poesias, e as biografias À sombra do Tempo, sobre seu pai, o cirurgião José Tavares da Silva, e A Sinfonia do outono, sobre a figura centenária de João Paulo de Souza, um ícone do mundo empresarial do Rio Grande do Norte. Resgatou e organizou o livro Álbum de Versos Antigos, de Adele de Oliveira, sua tia-avó.
Eu conheci Ciro quando fazia contatos em Ceará-Mirim para a publicação do livro de sua tia-avó a poetisa Adelle de Oliveira. Fizemos uma reunião na Biblioteca Municipal e gravamos seu depoimento a respeito dos poemas e jornais deixado pela poetisa.
O escritor é descendente da família Sobral de Ceará-Mirim, e, quando criança, passou muitas férias na residência de Adelle ao lado da linha do trem onde conheceu a história dos engenhos do vale, principalmente, o Engenho Cumbe já em ruínas.
Para homenagear Ceará-Mirim o poeta escreve, em seu livro ANÊMONAS o poema Ode a Ceará-Mirim.
I

Ceará-Mirim, Ceará-Mirim adormecida.
Regresso saudoso e no encontro lamento teu destino, renascida Tróia, na Via Láctea suspensa pelo novelo de Ariadne.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim eterna, submersa no vale, rasgado pelo rio. Vento, sol, neblina, entrelaçados, tecem, no abandono, verdes que alucinam, pelas mãos dos fantasmas nos escombros dos engenhos.
Cidade abençoada, submetida aos sonhos construídos à sombra dos antigos átrios, circulados de colunas jônicas.
O pólen, expirado pelos poros da cana-de-açúcar, viajou no colo da brisa do estio.
Pelas ruínas das venezianas, entregou sua estranha alma aos nossos corpos e, no silêncio das noites, extinguiu as velas de oratórios ancestrais como se nossas vidas apagassem.

II

Ceará-Mirim, Ceará-Mirim, o espírito dos antepassados, a rapidez do tempo substituiu por envelhecidas sombras fixadas na arquitetura.
Apenas a igreja, consagrada à Virgem da Imaculada Conceição, resiste e desafia à decadência.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim das manhãs fugidias nos invernos, claros matizes recolhidos por duendes à caixa de Pandora.
Presos entre salas e alpendres, os meninos brincavam, mas doía-lhes a umidade, emanante do assoalho e das paredes.
Na queda intermitente da água, as biqueiras davam a impressão de pêndulos metálicos que, nos relógios, arrastavam horas preguiçosas.

III

Ceará-Mirim, Ceará-Mirim.
O milagre, no final da invernada, devolução do azul ao céu escampo, lusco-fusco vespertino a conduzir nas chalupas da noite as sombras do ocaso, coaxar de rãs nos charcos, monocórdicos ruídos de grilos e besouros, a efêmera luz dos frágeis vaga-lumes.
Claros das luas espraiados nos telhados, novenas de maio, rosário de dezembro, casais de namorados nas calçadas, terraços elevados, violões harmoniosos, um estudo de Tárrega, uma sonata de Beethoven, débil luz de candeeiros, refulgindo a aguardente nas taças cristalinas.
A fumaça dos cigarros evolando-se, a solidão noturna das ladeiras, o quadro de lembranças concluído.

IV

Nas esquinas vazias, a alma dos avôs, o aroma fresco da alfazema, a lentidão dos passos.
De repente, o sino melancólico, distante, Senhor da vida, escurecendo lâmpada, estrela cadente, vida arrebatada, o caminho da estação do trem das Parcas, o último minuto, lágrimas, adeus.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim adormecida.
Nada regressará do mistério da viagem.
Somente eu pareço desperto no teu seio, até que a vida me liberte da saudade.

MARAVILHAS DE JANEIRO 2011

MARAVILHAS DE JANEIRO 2011
O ano de 2011 tem sido muito generoso nos primeiros dias de sua longa existência.
Janeiro foi um período especial e não poderia estar mais feliz. Viajei com minha mãe ao Rio Grande do Sul, realizando seu grande de desejo de conhecer sua sobrinha e sobrinhos residentes em Uruguaiana. Foi um sonho que delongou 50 anos!!!
Vivemos em um mundo repleto de incertezas e contradições, em função disso, procuramos enfrenta-lo de maneira adequada, superando os deslizes e precariedades do cotidiano.
Criamos nossos filhos dentro de padrões exigidos pela sociedade, dando-lhes educação e exemplos de cidadania para que no futuro sejam pessoas corretas, cuja probidade seja incontestável.
Sabemos que o caminho percorrido para alcançarmos os objetivos educacionais de nossos filhos é muito íngreme e, certamente, não conseguiremos atingir nossos objetivos sem a ajuda e parceria das nossas escolas e, consequentemente, de seus educadores.
Em 07 de janeiro, no aeroporto de Porto Alegre, quando retornava a Natal, recebi a notícia de que meu filho Rafael tinha sido aprovado no vestibular da UFRN – em sétimo lugar - para o curso de Ciências Biológicas – Bacharelado. Uma vitória particular dele, pois, em 2010 ficara na quinta suplência, o que não o abalou por ter apenas 15 anos e não havia se preparado adequadamente. Não poderia receber presente melhor que este!!!

Folder do curso Decisivo - Rafael foi homenageado como "Garoto Propaganda"

Agradecemos a Deus por tudo que temos conquistado nessa trajetória, principalmente por nos nortear no sentido de preservar a valorização da família e da religião no meio em que vivemos. É imprescindível que faça o registro da fundamental importância das escolas e educadores que ajudaram na formação intelectual de Rafael, destacado a SECAT, onde estudou o ensino fundamental, e foi muito bem orientando pelos educadores daquela escola, ao Colégio de Santa Águeda, onde concluiu o ensino médio, ao professor Ionaldo Oliveira – pelo curso de inglês e finalmente, ao Cursinho Decisivo por tê-lo norteado nos encontros “decisivo” para o enfrentamento final do concurso.
Em 22 de janeiro participei do II Sarau do Reencontro realizado pela cearamirinense Ceicinha Câmara – a conterrânea atualmente reside em Portugal com seu companheiro português Rodolfo.

Ceicinha fazendo a abertura do Sarau

O sarau do reencontro foi realizado com o objetivo de criar um intercâmbio cultural Brasil-Portugal. Através dos contatos com Ceicinha pudemos conhecer a cultura de nossos irmãos do além-mar e trocamos conhecimentos através das postagens em seu blog http://www.nlusofonia.blogspot.com/.
A programação do evento foi muito bem elaborada havia muitas atrações como recitais, performance, destacando os conterrâneos Mucio Vicente que fez o monólogo de poesia popular e Francisco Martins Neto com seu lendário Mané Beradêro.

Mucio Vicente - Cordeis

Francisco Martins - palhaço Leiturino

O ponto alto do sarau foi a oficialização de Ceicinha como membro da SPVA – Sociedade do Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte. Além disso, foi divulgada, também, a admissão da potiguar como membro dos Poetas Del Mundo. O evento foi muito bem prestigiado por autoridades da cultura de nosso estado e de Portugal. Estiveram presentes conterrâneos como o escritor Pedro Simões, esposa e filha, o escritor Ciro Tavares, a escritora Lucia Helena Pereira, Franklin Marinho, Flavia Sobral, Francisca Lopes, Edvaldo Morais, Rossini Cruz, poetas e artistas cearamirinenses como Cosme, Vera Barreto, Daniel Torres, Walter Luz, a a atriz Babi, Eudes Matineri e esposa, os blogueiros Etevado Junior e João André, Denilson Venâncio, Sayonara Montenegro, familiares e amigos e os vários artistas da família Câmara.

Escritor Pedro Simões
Poeta Português

Artista plástico e cordelista Eudes Martineri

Silvino Potêncio poeta português radicado em Natal

Escritor Ciro Tavares

historiador Franklin Marinho

Artista plástico Walter Luz - presenteado Ceicinha com uma obra

Poetisa Francisca Lopes

Cordelista Cosme

Os membros do SPVA fizeram suas homenagens para a nova integrante, principalmente, a conterrânea Lucia Helena Pereira, a poetisa das flores, que estava radiante distribuindo seus fluidos angelicais.
Outro personagem inconfundível presente no sarau foi o patrimônio do estado do RN Pedro Grilo, caracteristicamente vestido com seus companheiros: o chapéu de abas largas e o inseparável cajado. Grilo fez uma poesia para Cecinha que retribui o homenageando também com poesias... Foi um evento fantástico.

Ceicinha e Pedro Grilo

Infelizmente na província baquipiana muitos não compreendem o valor da amizade, da consideração e não prezam pelo apoio às ações relacionadas à cultura de nossa terra. O impressionante é que as pessoas que mais cobram cultura são exatamente aquelas que nunca aparecem para prestigiar os eventos.
Aqueles que não compareceram perderam uma grande oportunidade de aprender e apreender cultura, pois, através das apresentações, pudemos conhecer diversificadas formas de trabalhos artísticos, além de, principalmente, oficializarmos nossos laços de amizade através do intercâmbio cultual Brasil e Portugal. Ceicinha está de parabéns e, nós, baquipianos de raiz, felizes por fazer parte desse grupo que valoriza e ama o verde do ubérrimo chão cearamirinense.
Recebi correspondência da cidade de Olímpia, no Estado de São Paulo, para participar com os grupos folclóricos Cabocolinhos e Congo de Guerra, do 47º Festival de Folclore de Olímpia – SP que será realizado de 23 a 31 de julho de 2011.
O Festival de Folclore realizado em Olímpia, Estado de São Paulo obtém em cada edição repercussão cada vez mais contundente entre o público apreciador do folclore, estudiosos e mestres presentes. além, da participação em massa de estudantes e de pessoas advindas de todas as regiões brasileiras.
Os grupos folclóricos participantes trazem consigo suas expressões criativas e plenas em todos os níveis, indicando e respondendo positivamente aos que os assistem e dessa forma contribuem para o bem-estar da sociedade como um todo. somem-se, ainda, todos os temas abordados, quer sejam nas conferências, palestras e seminários, bem como nas apresentações dos grupos folclóricos, inúmeras questões são apontadas, mas, sobretudo, o caminho é um só: a preocupação de apoiar e assegurar as condições sociais e naturais aos homens para garantir o florescimento de suas expressões culturais dinâmicas. a organização do festival de folclore de olímpia, ainda que mudem os temas ali tratados a cada edição do evento, prioriza indagações fundamentais: as diversidades étnicas, culturais e políticas e o futuro do brasil e, especialmente, o lugar do folclore brasileiro.
A principal justificativa do festival desde sua criação na década de 50, quando o Professor José Sant'anna e seus alunos pesquisaram e expuseram sobre o tema em escolas, estabelecimentos comerciais da cidade e nas praças de olímpia é o seu compromisso de integrar o folclore de todas as regiões brasileiras e seus mestres, valorizando a diversidade cultural que compõe a sociedade brasileira, sem negar as características comuns aos elementos que a integram. conhecer e respeitar diferentes linguagens são decisivos para que possa desenvolver atitudes de dialogo e respeito para com culturas distintas daquela que conhecemos.
Ao difundir os valores tradicionais, fonte de inspiração das manifestações folclóricas, o Festival de Olímpia contribui decisivamente para o fortalecimento da consciência e da unidade nacional, celebrando o mês do folclore, estimulando e cultivando os mais diferentes grupos folclóricos, além de proporcionar oportunidades para o estudo e a apreciação de fatos folclóricos, pois seu cuidado e preservação mantém vivo o espírito coletivo, fonte constante de inspiração e estímulo. esse encontro anual contribui para que pessoas das diversas regiões do país que, acreditando na força espiritual do folclore, acreditem, também, o folclore como promotor da paz e horizonte de um mundo cada vez melhor.
Atualmente, o festival – que em suas etapas iniciais privilegiava o folclore local e regional – é reconhecido como o maior do Brasil no gênero, notabilizando-se por preservar e celebrar espetacularmente a cultura brasileira reunindo grupos folclóricos e parafolclóricos provenientes de diversos pontos do país em meio a outras atividades paralelas. em razão do enorme prestígio que o mesmo alcançou ao longo dos anos, atribuiu-se a olímpia o consagrador título de “capital do folclore”.
Faz-se importante destacar que, em decorrência de muitas manifestações folclóricas estarem em vias de extinção em suas regiões de origem, a sobrevivência de muitos destes grupos folclóricos encontram no festival de olímpia motivação para manterem-se vivos, atuantes e desta forma lutando por suas histórias e tradições. milhares de estudantes de todos os níveis escolares encontram no festival do folclore fonte de pesquisa e desenvolvem o espírito de cidadania e civismo através de conhecimento de suas raízes. a economia local e regional é fortalecida com a realização do evento.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ENTREVISTA DAS VANILDES



Em 25/12, minha mãe (Vanilde) visitou sua sobrinha vanilde em Uruguaiana no Rio Grande do Sul. O primeiro contato entre elas se deu através de carta no início dos anos 1960. A partir daí, a amizade e o amor entre eleas, ficaram cada vez mais intensos. Após 50 anos de correspondências minha mãe resolveu coinhecê-la pessoalmente. Eu a acompanhei e ao chegar em Uruguaiana, fiz um pequeno histórico da amizade delas e enviei para a RBS TV local (filiada da Globo). Eles de interessaram pela história e fizeram a reportagem que foi transmitida para todo o estado do Rio Grande do Sul no "Jornal do Almoço".

domingo, 2 de janeiro de 2011

ADEMAR ROSSINI

Artista uruguaianense Ademar Carvalho Rossini e sua obra homenagem a índia Diacuí

Monumento à índia Diacuí esculpido pelo uruguaianense Ademar Rossini mandado pelo sertanista, também uruguaianense, Ayres da Cunha.
Diacuí foi a primeira índia a se casar legalmente com um homem branco no Brasil. Ayres da Cunha conheceu a selva em 1939 e viveu entre os índios até 1953.
Na tribo Kalapalo encantou-se pela índia Diacuí, com quem se casou em 1952, na igreja de Candelária, no Rio de Janeiro. Os padrinhos do casamento foram o presidente Getulio Vargas e o jornalista Assis Chateaubrian.
Em 1953, dez meses após o casamento, em 10 de agosto de 1953, Diacuí faleceu por complicações no parto de sua filha.
Em homenagem a Diacuí, o sertanista mandou fazer o monumento em bronze por meio do qual declarava seu amor a bela índia.
O monumento foi danificado por vândalos e recentemente foi restaurado pelo seu autoro escultor Ademar Rossini.
Visitando o Centro Cultural Pedro Marini em Uruguaiana tive a satisfação de conhecer pessoalmente o famoso escultor gaúcho, filho da cidade, Ademar Rossini, autor de parte das obras esculpidas na região.

Ademar Rossini e Gibson Machado - Centro Cultural Pedro Marini

Suas obras estão espalhadas pela cidade, dstacando-se o o busto de Alceu Wamosy, poeta simbolista uruguaianense, que pode ser apreciada na Praça Barão do Rio Branco. Tem ainda diversas obras executadas para as forças armadas, Exército, Aeronautica e Marinha de onde tem recebido inúmeros diplomas de agradecimento e elogios pelo seu trabalho.
Grande restaurador de peças antigas, Rossini além de ter trabalhado para a igreja Nossa Senhora do Carmo, orgulha-se em salientar que restaurou a imagem de Iemanjá – do seu grande amigo o saudoso Acário Carvalho.
Tem trabalhos no Uruguai e na Argentina, com valores de família significativos e restaurações de obras de artistas conceituados.
Em junho de 2010 esculpiu o busto de Norberto Bobbi, considerado o maior filósofo italiano do século XX, que foi colocado na Praça Itália, em frente ao Forum de Uruguaiana. Essa praça foi um presente dado à cidade por sugestão da Sociedade Italiana em parceria com a Prefeitura Municipal.
Atualmente está esculpindo o busto de um sargento que lutou na Guerra do Paraguai. Inicialmente ele faz o modelo em argila para finalmente transformar seu trabalho em broze através de fundição.

Ademar Rossini em seu atelier esculpindo um sargento que lutou na Guerra do Paraguai

Ademar Rossini é um artista simples e sua humildade é tanta que, em nosso primeiro contato, convidou para conhecer seu atelier. É digno de toda admiração do povo de Uruguaiana, uma vez que, sua obra conta a história regional e divulga o nome de sua cidade além das fronteiras do Rio Grande do Sul.